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Mudança sistêmica para responder à emergência climática

Por Evangelina Sosa




No início de abril, foi publicado o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), alertando a comunidade política sobre o risco de habitação humana no planeta, a menos que sejam tomadas ações concretas a curto prazo.


Especialistas dizem que temos a capacidade técnica para atingir a meta de redução de emissões em 2030, mas alertam aos líderes políticos da necessidade de substituir os combustíveis fósseis como ação principal, uma vez que o impacto de eventos extremos não pode ser evitado mesmo que as emissões sejam reduzidas hoje.


Desde que o primeiro relatório do IPCC foi publicado em 1990, as emissões de gases de efeito estufa foram excedidas em mais de 50%. Desde então, surgiram diferentes movimentos, novas técnicas de produção foram desenvolvidas, tais como a economia circular, modelos comerciais de triplo impacto e mais ambiciosos processos de certificação, entre outros. A complexidade do cenário econômico futuro exige uma estratégia planejada para implementar novos modelos econômicos e modelos de negócios sustentáveis. Isso exige que os líderes políticos e o setor privado trabalhem juntos, aplicando uma abordagem inclusiva para avançar com a mudança sistêmica.


A produção industrial e os hábitos de consumo estão passando por um enorme processo de transformação e a abordagem sistêmica propõe uma visão holística que pode facilitar a criação de novos modelos comerciais para projetar produtos e processos levando em conta o impacto ambiental, social e econômico.


Aqueles que respondem ao chamado


A indústria têxtil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo. O impacto das suas emissões provém tanto de sua produção quanto dos resíduos que gera. A produção de têxteis sintéticos requer derivados de petróleo e, por outro lado, as peças de vestuário que são descartadas nas aceleradas mudanças sazonais incentivadas pela Fast Fashion, acabam sendo acumuladas em um aterro sanitário ou são queimadas.


Entretanto, na América Latina, 15% das empresas certificadas como BCorp pertencem ao setor têxtil. Diferentes empresas que produzem calçados, roupas esportivas e outras linhas estão comprometidas com a mudança sistêmica, aplicando um modelo de negócios inclusivo e regenerativo enquanto permanecem rentáveis. Por exemplo, Aninamá promove o consumo consciente através de roupas duráveis com desenhos clássicos que resistem ao teste do tempo.


Estamos diante de um cenário complexo, que requer a gestão de variáveis econômicas, sociais e ambientais para garantir a habitabilidade dos seres humanos no planeta, temos a possibilidade de criar um novo sistema econômico e um novo estilo de vida, considerando o impacto de nossas atividades.



Fonte:


“Animaná y el sueño de una moda sostenible” Disponível em: https://animanaonline.com.ar/ [acessado em 9 de maio de 2022].


“Pensamiento Sistémico” Disponível em: https://concepto.de/pensamiento-sistemico/ [acessado em 9 de maio de 2022].


“Ahora o nunca: las cuatro conclusiones urgentes del nuevo informe climático de la ONU” Disponível em: https://www.nationalgeographicla.com/medio-ambiente/2022/04/ahora-o-nunca-las-cuatro-conclusiones-urgentes-del-nuevo-informe-climatico-de-la-onu [acessado em 7 de maio de 2022].



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